DICAS

Os faisões são aves belíssimas originárias, em sua maioria da Ásia. Existem cerca de 40 espécies e inúmeras subespécies diferentes, as mais raras nativas da Sumatra, Ilha de Formosa, Bornéus e Himaláia. 

MERCADO. Possuidor de uma carne com sabor inigualável, segundo os apreciadores; usado para enfeitar quintais e jardins; criado comercialmente ou apenas como hobby, o faisão, aos poucos, está ganhando mercado no Brasil. Sua imagem ainda é de ave sofisticada, criada e consumida por pessoas de maior poder aquisitivo. Mas tem despertado interesse entre pequenos criadores, atraídos pela demanda crescente. 

IBAMA. A caça de faisões criados especificamente para esse fim, depende de autorização do IBAMA e é realizada entre abril e julho. 

COMEÇANDO. Quem deseja criar faisões para corte e não tem experiência no ramo deve começar com 21 aves. São três famílias de um macho e seis fêmeas, suficientes para se aprender o manejo. Como a faisoa não choca, é importante decidir, logo no início, se serão galinhas garnisés ou incubadoras. As garnisés são ótimas mães e cuidam dos faisõezinhos nos primeiros 25 dias, quando é feita a separação. Essas galinhas dispensam a incubadora e a criação artificial, cujo uso só se justifica para a produção acima de 1.000 cabeças. 

PRODUÇÃO. No modelo com 21 aves, a produção anual será de 1.200 ovos, distribuída em quatro meses, com média de 300 ovos para cada um desses períodos. Serão necessárias 26 garnisés no choco, já que cada uma choca de 12 a 13 ovos e, para conseguir esse número de galinhas chocas, o número total de garnisés deverá ser de 100 aves, no mínimo. Se tudo correr bem, o criador que começar com três famílias de faisões vai obter, na primeira safra, cerca de 400 a 500 novas aves. Em geral 10% delas, as mais resistentes e de características melhores, podem ser destinadas à reprodução e as restantes à venda. É importante lembrar que, após o final da postura, todas as matrizes serão abatidas, pois não compensa mantê-las até o próximo período de criação. Por isso, a cada ano surge nova geração de matrizes, obtida de lotes diferentes.

REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO. O processo de reprodução de faisões tem algumas particularidades. O macho é desconfiado e briguento, as fêmeas descuidadas e péssimas mães. Sexualmente precoce, o faisão é polígamo e tem bom desempenho na proporção de um macho para seis fêmeas. Na seleção, juntam-se machos de um lote e fêmeas de outro para evitar a consangüinidade. Os melhores machos são os mais agressivos. Escolhem-se sempre os filhotes mais velhos do ano anterior por estarem mais aptos à reprodução. Feita a seleção, as aves vão para os viveiros familiares (um macho para seis fêmeas), ou coletivos (20 machos para 100 fêmeas).

VIVEIROS DE REPRODUÇÃO.Os viveiros de reprodução devem receber apenas o sol da manhã, pois o sol da tarde estressa as aves. A construção é feita em alvenaria, tela e telhas. Criadores experientes aconselham três faces de alvenaria e uma única de tela sobre uma base de meio metro de alvenaria. É preferível usar telas plásticas ou de metal flexível, para que as aves, na eventualidade de um susto, não se machuquem. A altura média dos viveiros é de 2 metros. O piso pode ser de areia, com boa drenagem. O teto precisa ter uma cobertura de tela para as aves não fugirem em caso de destelhamento. Telhas de barro são as mais indicadas, por funcionarem como isolantes térmicos. O uso de comedores e bebedouros automáticos é o mais recomendado.
No viveiro coletivo, onde o espaço ideal é de 1 metro quadrado por ave, é fundamental a colocação de poleiros.

VIVEIROS APÓS NASCIMENTO. Os faisõezinhos são frágeis e necessitam de cuidados especiais. Durante as primeiras quatro semanas precisam ser mantidos em criadoras aquecidas, caso sejam separados das garnisés. Essas criadoras são cercados de madeira com 1 metro quadrado e 50 centímetros de altura, com os lados telados e cantos arredondados, instalados em galpões totalmente fechados.

Em cada um desses cercados, podem ser mantidos uns 100 pequenos faisões. A resistência elétrica das criadoras deve ser ajustada para manter a temperatura da seguinte forma: 35 graus (1ª semana), 31 graus (2ª semana) e 26 graus a partir da 3ª semana e até a formação total das penas. Em seguida ao nascimento, é administrado um polivitamínico na água para reduzir o estresse que a manipulação causa nos animais.
Quem opta por criar as aves em piquetes, sem tela no teto, precisa submeter os filhotes a uma operação na asa para que não possam voar. Esse procedimento é indicado apenas para filhotes destinados ao corte. A operação, feita no dia seguinte ao nascimento, consiste na amputação de um terço de uma das asas, com cauterização.
Das criadoras, os filhotes são transferidos para um viveiro de alvenaria, onde ficam por quatro semanas. Esse viveiro fechado também é aquecido e tem os cantos arredondados. São cuidados necessários para que os faisõezinhos não morram por causa da baixa temperatura ou se amontoem nos cantos à procura de calor e acabem se sufocando. O chão deve ser revestido de serragem ou sabuguinho de milho (sabugo triturado). Usar apenas serragem branca, pois a vermelha desperta o instinto canibal da ave.
Assim como nos viveiros de reprodução, também se usa bebedouros automáticos e comedouros suspensos. A temperatura do viveiro é reduzida aos poucos para que, após quatro semanas, chegue ao nível da temperatura ambiente. 

ALIMENTAÇÃO. Cada faisão adulto como cerca de 70 gramas de alimento por dia. A dieta básica é composta de ração e água. Usa-se com bons resultados a ração comercial para frangos. Frutas, verduras e gema de ovo pouco atuam no processo de crescimento e engorda. É recomendável evitar mamão e alface, que costumam provocar problemas intestinais nas aves. A partir do primeiro dia, os pintinhos são alimentados com a ração inicial, que contém de 24 a 26% de proteína. Entre 25 e 30 dias, quando são separados da mãe ou saem da criadeira, passam para a ração de crescimento. Para as aves adultas, destinadas ao abate, dá-se ração de engorda; para as matrizes, ração para poedeiras.

CUIDADOS. Doenças tradicionais que atacam as aves, como newcastle ou bouba, são pouco freqüentes entre faisões. A higiene rigorosa é condição fundamental para o crescimento das aves. 
. Chuva demais pode ser prejudicial. A água empoçada bebida pelas aves fatalmente traz problemas intestinais. Por isso, é muito importante drenar o excesso de água e cobrir as poças com terra nesses períodos. 
. Para os filhotes, também existe uma recomendação básica: nunca soltá-los pela primeira vez em períodos de chuva.
. Quando as aves apresentarem algum ferimento, não pode ser usado no local nenhum medicamento de coloração vermelha. A cor excita os faisões, que passam a bicar o ferimento da ave afetada. Para desinfecção do local, o produto mais recomendado é violeta-de-genciana. 
. Antes de ser ocupado, o viveiro deve ter paredes pintadas com cal. A limpeza com creolina ou com uma mistura de água e formol (10 litros de água para 1 de formol) também precisa acontecer antes da entrada das aves e ser repetida semanalmente. 
. Para não acumular sujeira e fezes, os bebedouros e comedouros precisam ser lavados com freqüência. No caso dos filhotes, essa lavagem é diária. Nas outras fases pode ser mais espaçada. 
. Também é importante promover, periodicamente, a remoção dos dejetos que ficam na areia dos piquetes.

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